Foto: http://jornalsatelite.com.br/
JOSÉ CARLOS VIEIRA
( Brasília – DF )
José Carlos Vieira, poeta, jornalista, editor de Cultura do Correio Braziliense, escreve a famosa coluna "Fala, Zé", onde sabe brincar com coisas sérias. É autor de Poemas de paixões e coisas parecidas (Geração Editorial, 2013).
TEXT IN ENGLISH - TEXTO EM PORTUGUÊS
NEW BRAZILIAN POEMS. A bilingual anthology after Elizabeth Bishop. Translated & edited by Abhay K.. Preface by J. Sadlíer. Rio de Janeiro: Ibis Libris, 2019. 128 p. 16 x 23 cm.
ISBN 978-85-7823-326-6 n. 09 705 Includes 60 poets in Portuguese and English Ex. bibl. Antonio Miranda
Autumn
The languid silence
of a grey leaf
inside the book
Outono
o silêncio lento
de uma folha cinza
dentro do livro
VIEIRA, José Carlos. POEMAS DE Paixões E COISAS PARECIDAS.Apresentaçãopor TT Catalão.Ilustrações de Carmen Santiago e HO de Kleber Sales. São Paulo: Geração Editorial, 2013. 98 p. ISBN 978-858530-203-4 No. 10 092
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em outubro de 2024.
Pedaços de qualquer coisa
1
A métrica
só se dá bem
porque é proparoxítona...
2
sorveu
o resto do vinho
e voou prédio abaixo
sobrou o gosto do cimento...
3
o mundo segue seu relógio
enquanto o poeta para o tempo
num quarto de hotel...
4
pra você
é só poesia
pra mim
é vida...
5
não
não tenho medo de voar
foda-se a queda...
6
aumenta
o silêncio aí!
quero dançar
com meus mortos...
7
tenho ela
como poesia
tenho ele
rock
tenho ela
carne
tenho ela
pele
tenho ela
hora
tenho ela
volta
tenho ela
xote
tenho ela
lua
tenho ela
como ela
se é que você me entende...
8
Aprendi
na porrada
que a vida
é isso aí...
9
régua
regra
nunca rimei...
10
minha namorada
tem namorado e namorada
minha namorada
namoradeira...
andei
com Jorge
em Minas
e Minas não existia
além de nossas saudades...
Hoje não tem cinema
mistérios existem entre suas pernas
nos caminhos da língua
pequenos pelos eriçados
a tatuagem parece se mover
é para ser assim
cheio de ontem, hoje
e cheio de saudade, agora
seu suor penetra o lençol frio
seios rijos, unhas cravada nas costas
e eu, príncipe desencantado,
morro lentamente
acorde por acorde
em seus lábios de vinho
e solidão infinita...
*
Página ampliada em outubro de 2024
*
VEJA e LEIA outros poemas do DISTRITO FEDERAL em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/distrito_federal/distrito_federal.html
Página publicada em abril de 2022
|